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Descontentamento com salário perde espaço no Brasil para preocupação com violência e assédio feminino, segundo pesquisa da Ipsos

A violência se tornou o principal problema enfrentado pelas mulheres no Brasil, tanto no ambiente de trabalho quanto na vida pessoal. Esse é, inclusive, o principal tema a ser debatido globalmente neste 8 de março.

Desfile da Mangueira, campeã do Carnaval do RJ 2019, homenageou Marielle Franco (Foto: GETTY IMAGES)
Desfile da Mangueira, campeã do Carnaval do RJ 2019, homenageou Marielle Franco (Foto: GETTY IMAGES)

Pesquisa global “Dia Internacional da Mulher 2019: Atitudes globais em relação à igualdade de gênero” divulgada pela Ipsos aponta que 39% dos brasileiros [homens e mulheres] destacam a violência sexual como fator crítico enfrentado pelas mulheres, seguida por violência física (34%) e assédio sexual (28%).

O levantamento foi realizado entre dezembro de 2018 e janeiro deste ano em 27 países, com 18,8 mil entrevistados, 1 mil deles do Brasil.

A desigualdade salarial no país, por sua vez, é o quinto assunto mais crítico para 17% dos entrevistados (atrás de abuso doméstico).

Em outros países, o tema lidera, como Chile (38%), Canadá (35%), Hungria (33%), Holanda (33%), Suécia (31%) e Grã-Bretanha (29%).

No mundo, os maiores problemas são os mesmos listados pelos brasileiros, mas a ordem é diferente. Assédio sexual lidera o ranking (30%), violência sexual está na segunda colocação (27%) e violência física e igualdade salarial ficam empatados em terceiro lugar, com 22%.

“No ano passado, tivemos um aumento considerável no número de feminicídio e tentativas de assassinatos de mulheres no Brasil. O país é o quinto que mais mata mulheres do mundo”, afirma Maiani Machado, diretora da área de reputação corporativa na Ipsos, em nota à imprensa.